Os lados não tão maus desta pandemia (Coronavírus)
"Creio que o Universo tem a sua maneira de devolver o equilíbrio às coisas, segundo as suas próprias leis, quando estas são alteradas. Os tempos em que vivemos, cheios de paradoxos, dão que pensar. Numa era na qual as alterações climáticas atingem níveis preocupantes, pelos desastres naturais que sucedem - na China, em primeiro lugar, e depois nos restantes países - é-nos imposto um bloqueio. A economia colapsa, mas a contaminação baixa de maneira considerável. A qualidade do ar que respiramos melhora. Usamos máscaras, mas continuamos a respirar...
Num momento histórico no qual certas políticas e ideologias discriminatórias, com fortes reivindicações de um passado vergonhoso, voltam a surgir em todo um mundo, aparece um vírus que nos mostra que, num piscar de olhos, podemos ser nós os discriminados - como aqueles aos quais não lhes é permitido atravessar a fronteira e aqueles que transmitem doenças.
Numa sociedade que se baseia na produtividade e no consumo, na qual corremos várias horas por dia (perseguindo não se sabe bem o quê), sem descanso, sem pausas, de repente é-nos imposta uma paragem forçada. Quietos, em casa, dia após dia. Contando as horas de um tempo pelo qual perdemos o valor. Sabemos nós usar o tempo sem um fim específico?
Numa época na qual as crianças são confiadas a outras figuras e instituições, o Coronavírus impõem o encerramento das escolas e força-nos a encontrar soluções alternativas, voltando a colocar a mãe e o pai junto dos próprios filhos. Obriga-nos a ser uma família.
Numa dimensão na qual as relações interpessoais, a comunicação, a socialização se realiza no (não) espaço virtual das redes sociais, dando a ilusão de proximidade, este vírus tira-nos a verdadeira proximidade, a real - ninguém toca, ninguém beija, ninguém abraça. Tudo tem de ser feito à distância, na frieza da ausência de contacto.
Numa fase social na qual pensar em nós próprios tornou-se regra, este vírus envia-nos uma mensagem clara: a única maneira de ultrapassar isto é fazer ressurgir em nós mesmos os sentimentos de ajuda ao próximo e de pertença a um coletivo.
Deixemos de procurar culpas e de perguntar "por que é que isto aconteceu?", e comecemos a pensar o que podemos aprender com isto. Todos temos muito que refletir. A humanidade está em dívida para com o Universo e as suas leis, e esta pandemia vem explicar-nos isso... ainda que a um preço caro."
Num momento histórico no qual certas políticas e ideologias discriminatórias, com fortes reivindicações de um passado vergonhoso, voltam a surgir em todo um mundo, aparece um vírus que nos mostra que, num piscar de olhos, podemos ser nós os discriminados - como aqueles aos quais não lhes é permitido atravessar a fronteira e aqueles que transmitem doenças.
Numa sociedade que se baseia na produtividade e no consumo, na qual corremos várias horas por dia (perseguindo não se sabe bem o quê), sem descanso, sem pausas, de repente é-nos imposta uma paragem forçada. Quietos, em casa, dia após dia. Contando as horas de um tempo pelo qual perdemos o valor. Sabemos nós usar o tempo sem um fim específico?
Numa época na qual as crianças são confiadas a outras figuras e instituições, o Coronavírus impõem o encerramento das escolas e força-nos a encontrar soluções alternativas, voltando a colocar a mãe e o pai junto dos próprios filhos. Obriga-nos a ser uma família.
Numa dimensão na qual as relações interpessoais, a comunicação, a socialização se realiza no (não) espaço virtual das redes sociais, dando a ilusão de proximidade, este vírus tira-nos a verdadeira proximidade, a real - ninguém toca, ninguém beija, ninguém abraça. Tudo tem de ser feito à distância, na frieza da ausência de contacto.
Numa fase social na qual pensar em nós próprios tornou-se regra, este vírus envia-nos uma mensagem clara: a única maneira de ultrapassar isto é fazer ressurgir em nós mesmos os sentimentos de ajuda ao próximo e de pertença a um coletivo.
Deixemos de procurar culpas e de perguntar "por que é que isto aconteceu?", e comecemos a pensar o que podemos aprender com isto. Todos temos muito que refletir. A humanidade está em dívida para com o Universo e as suas leis, e esta pandemia vem explicar-nos isso... ainda que a um preço caro."
La reflexión viral de una psicóloga italiana de la que todo el mundo habla" - Eh
Fonte: Francesca Morelli, psicóloga italiana
Artigo publicado em: Vita.it (10/03/2020)post
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Coronavírus em Portugal - outro POEMA AO COVID-19"O Outro Lado do Medo" - curta-metragem (2018)
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